Olá Leitores!
O escritor e advogado Rosival Muniz nos contou um pouco sobre sua inspiração para escrever os poemas que compõem o livro "Desde que te vi", de sua autoria.
Para essa entrevista, contamos com a participação de alguns outros blogs e instagrans literários para montagem das perguntas. Confira...
Você pode ler a resenha de Desde que te vi, click aqui!Me Fale um pouco sobre você.
Nasci
Rosival Aluízio Muniz de Albuquerque
em 1954, paraibano de Queimadas. Vivi a melhor parte da minha infância em Orós,
CE, juventude feliz em Campina Grande, PB e a partir dos 21 anos viajei pelo
Brasil como vendedor para custear os estudos, fixei residência em São Paulo,
capital, desde 1992.
Cursei teologia em São
Paulo, SP, direito em João Pessoa, PB, casei-me com a enfermeira Keila, sou
advogado, tenho um filho de 23 anos, Matheus, que é arquiteto e é quem cuida da
bio @_desdequetevi (toda a criação foi ideia dele).
Há anos escrevo poemas
publicados em revistas, jornais, na internet, blogs, sites e agora neste livro: Desde que te vi
Fale um pouco sobre seu livro, Desde que te vi.
O livro Desde que te vi possui 80 poesias, em 158 páginas, ele é fruto de
poemas que fiz desde quando tinha 24 anos, portanto abrange todas as fases de
minha vida. Os poemas são dedicados à minha esposa, amigos e amigas, de cunho
social, político e religioso. São poemas leves, a maioria de estilo livre, sem
rimas mesmo quando toca em temas polêmicos, como política, social e religião.
Com quantos anos você começou a se interessar pelos versos?
Desde criança, 6 ou 7
anos, leio de tudo, mas a minha leitura principal era a Bíblia. Comecei a ler a
Bíblia com 7 anos e nela há livros que são poéticos, como os Salmos, Cantares,
Provérbios e outros, a poética bíblica é bem diferente da que temos hoje, mas é
fascinante. Gosto dos autores brasileiros, creio que já li a maioria, como
Castro Alves, Casimiro de Abreu e outros. Lembro, quando tinha uns 15 anos, li
o livro O Guarani, de José de Alencar, em um dia. Quanto a escrever poema só
aconteceu após os 24 anos.
Porque você decidiu publicar um livro?
A decisão surgiu de um incômodo ao ver os
poemas se acumularem sem virar livro. O que se escreve não é feito para ser
aprisionado, como ave em gaiola, sentia realmente isto, poemas presos, isto
incomodava, me entristecia, até que criei coragem e publiquei de forma
autônoma, sem ajuda de uma grande editora. Mas a sensação de publicar um livro
é indescritível, é como deixar esse pássaro voar, não sei onde ele pousará, mas
espero sempre que cumpra sua missão, mas na ponta o livro sempre dependerá do
leitor para querer comprar e querer ler.
Quanto tempo e quais as dificuldades que você encontrou para publicar a sua
recente obra?
Quando comecei a escrever poemas, a maior
parte deles fazia para meus amigos, amigas e família, minha intenção primeira
era homenageá-los, mostrar minha amizade e ou às vezes brincar com eles. Eles
gostavam da ideia e eu também. Não tinha outra intenção. Fui diversificando os
temas, sociais, políticos e religiosos.
Com os anos vi o acúmulo de poemas. Tentei várias vezes contato com
grandes editoras, mas sem sucesso, a resposta deles era a mesma: “Escreva algo
para crianças e me procure, pois é a bola da vez, ninguém compra poesia” Mas
minha produção parada, escondida, me queimava por dentro, ansiava vê-la ganhar
o mundo, mas as palavras das editoras desanimava e postergava a publicação.
Recentemente descobri uma editora que apenas edita e publica livros, a venda e distribuição
é por conta do autor. O preço da publicação estava dentro das minhas
possibilidades e aconteceu de o livro surgir. Esta caminhada levou mais de 60
anos. No Brasil publicar um livro equipara-se a uma epopeia, que se não tiver
perseverança e apoio, principalmente da família, mata o sonho ainda no início.
Alguém lhe apoiou a lançar esse livro? Quem?
Apoio moral você encontra de todos que te
cercam, mas é somente a família que soma e multiplica esforços e divide as
dívidas. Minha esposa Keila e o filho Matheus foram e são tudo desde a
publicação até o momento, com a propaganda e venda.
O que seus amigos e familiares acharam?
No Brasil acontece algo irritante, os
amigos apenas dão apoio moral, pois no momento que o livro é publicado todos
querem que você os presenteiem. Eu sei o custo de um trabalho pronto, sempre
comprei livros e CDs de amigos e até de autores desconhecidos, que vendem suas
obras nas ruas. Agindo assim, sei que estou incentivando-os a sonhar e produzir
novos trabalhos. Toda minha família me incentivou. Meus irmãos foram os
primeiros a comprar mais de cem livros, preço comercial, para distribuir a
amigos e clientes. Quanto aos amigos estão esperando que eu os dê de presente,
é triste!
Para quem você dedicou ou dedica a sua obra?
Dediquei o livro para minha esposa e
filhos, pais e sogros, senti muito a ausência dos meus pais e sogros, por terem
falecidos recentemente. Como o livro contém poemas para amigos e amigas todos
eles são homenageados nesta obra. Mas minha maior inspiração é o nosso Deus, a
Ele devo tudo.
Qual o poema do livro Desde que te vi que você mais se
indentifica?
O poema “Entardecer” fiz
para mim, é o sentimento de quem vê a vida entre os 30 e 60 anos, este período
da vida é mágico, gostaria que o tempo parasse nele. Veja o poema abaixo e tire
sua conclusão:
Entardecer Amanheci para a vidaSem medo de viverPeguei a felicidadeE corri para você.Entardeci com os diasQue os anos me deramAmadureci, viviE só isso me bastariaNego-me a anoitecerFechar os olhos e esmorecerAmanhecer seria bomMas entardecer me bastaria.
Você se inspira em algum escritor? Qual?
Como dizia o sábio Salomão, personagem
bíblico: “Nada há de novo debaixo do sol” (Eclesiastes 1:9). A ideia ou inspiração para um poema ou
qualquer outra criação vem daquilo que nos cerca como uma frase, uma ocasião,
um sentimento, um lugar, um acontecimento. Alguns escritores e ou filmes me despertaram
boas ideias, como o início do poema “In concert” (págs. 109) que vi em Fernando
Pessoa; “O Ruminante” (págs. 121), tem o
estilo Augusto dos Anjos; “Tão, tão natural” (págs. 15), cujo “tão tão” era
repetido no filme do Shrek; “Canção pelo Brasil (págs. 146), Gonçalves Dias; “Improviso
para Zaine” (págs. 83) tem o espírito brincalhão do nordestino, entre outros.
Como vê, meu gosto literário é diversificado, não tenho apego exclusivo a
nenhum autor.
*Pergunta feita por @indicandonacionais- Walli Silva
Qual é a maior dificuldade para um escritor?
Minha maior dificuldade, como autor
iniciante e creio de todos, é não contar com o apoio de uma grande editora,
(para produzir e distribuir o livro), mas creio que isto se deve também ao
brasileiro não ser um bom ledor ou comprador de livros, principalmente dos
autores nacionais. Cabe a nós incentivar a criança a ler, começar cedo é muito
importante.
*Pergunta feita por @Atravez_estante- Kat
Qual sua maior inspiração?
Minha inspiração não é
seletiva, mas eclética, gosto de ler a Bíblia mas desde criança leio tudo o que
me vem às mãos. Só não gostava dos livros e revistas que antigamente chamavam
de “literatura de terror”. Não me apego a nenhum assunto, pessoa ou autor
especificamente, estou sempre de mente aberta para ler, receber as influências
ao meu redor e escrever sobre qualquer coisa que me toca, ou que me chama a
atenção.
*Pergunta feita por @concilia_la-
O que seria de Rosival Muniz sem o dom da escrita?
Antes do escritor vem o
leitor. Se me tiram um livro ou revista das mãos sinto-me como sem uma parte do
corpo. É uma sensação desagradabilíssima. O escrever serve como terapia,
cartase, desabafo, calma, paz, diversão, satisfação, comunicação, relacionamento
etc. Portanto, se parar de escrever explodo (rsrsrs).
*Pergunta feita por @adoramos.ler
Qual é a sensação de entrar em uma livraria e ver o próprio livro a venda?
A primeira sensação é de
alegria e de dever cumprido, a segunda é de ansiedade, querer saber quem
comprou, se está lendo, qual a opinião dele. Na última página do livro coloquei
meus e-mails, na vã esperança de receber alguma impressão sobre o livro.
*Pergunta feita por @leitoresestranhezas
Qual foi a primeira frase que te veio à mente quando o seu trabalho estava
concluído?
“Grato Senhor”. Quando recebi as caixas de livros,
abri uma, espalhei os livros no chão da minha casa, ajoelhei-me e agradeci a
Deus, depois abracei minha família. A primeira fase estava concluída.
*Pergunta feita por @cantinhoodos_livros
Você escolheu a poesia ou ela te escolheu?
No livro eu conto o
processo que me levou a escrever poemas. Em resumo eu diria isto: Aos 24 anos
estava num processo de depressão, um amigo psicólogo aconselhou-me a escrever
um diário, achei cansativo e foi aí que encontrei um poema de autor
desconhecido que falava de sorriso triste, não gostei, pois para mim o sorriso
sempre traz alegria, então modifiquei aquele poema e dei o título de “Sorriso
feliz” que está à página 16. Foi meu primeiro poema. Creio que foi a poesia que
me encontrou, pois ela me faz dizer muita cosa em poucas palavras e foi ela
quem me ajudou a sair da depressão.
*Pergunta feita por @entreparadoxosliterarios
Em que momento da sua vida você descobriu que queria ser escritor?
É complicado responder, justamente
porque no Brasil não há incentivo para tal função, a gente descobre pela força
de vontade. Desde criança amo
livros, mas foi a partir dos 24 anos que passei a escrever poemas e descobri
que gostava disso, mas no Brasil isto não quer dizer nada. Querer viver da
escrita é sonho para poucos. Não me deixo enganar com essa utopia. Escrevo
porque amo, porque me divirto, sucesso é um detalhe que depende de muitos
fatores. Hoje temos as mídias digitais ao alcance de todos que facilita, nasci
noutro tempo, mas continuo com a vontade de aprender e fico a bisbilhotar este
novo meio de comunicação. Estou aprendendo a ser um escritor digital.
Existe a versão em e-Book à venda na
amazon.com e na folha.com, procurar por nome de autor e ou nome do livro. Em
papel, com entrega grátis para todo o Brasil procurar no site www.desdequetevi.com.br
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